A cerveja de litro, outrora vista como uma solução onerosa
ou vista ainda de uma forma desprestigiante, dada a conotação ao submundo da
construção civil nos mais baixos escalões, assume hoje e felizmente, uma
posição bem mais meritória. Os preços actualmente são praticamente iguais senão
mesmo inferiores aos de três garrafas de trinta e três centilitros (a
referência, quer queiramos quer não).
O absurdo e talvez mesmo bizarro nesta garrafa era o seu
preço, a garrafa de litro era substancialmente mais cara que três garrafas de
trinta e três centilitros. E sobre uma certa impotência dos mais acérrimos
defensores desta variante, desde trolhas mais afoitos, ecologistas bebedolas
fanáticos e ainda de todos os que gostam de partilhar foi-se assistindo ao
desaparecimento gradual de um ícone, e que por pouco não resultou num
aniquilamento total da garrafa de litro. Certo é que factores como o preço e
uma imagem depreciativa por parte de elementos da construção civil (vulgo
trolhas) numa confraternização laboral, pré-laboral e pós-laboral sem
precedentes com capacidades fenomenais de deglutir de forma ávida uma garrafa
de tamanha capacidade, não augurava em nada a favor da garrafa de litro.
Na minha modesta opinião a garrafa de litro é muito mais,
mas mesmo muito mais que três simples garrafas de trinta e três centilitros. A
garrafa de litro transmite valores tais como: a liberdade (sim a liberdade,
porque há mais para beber); valor ecológico (apesar de valor material, não
deixa de ser importante referi-lo, dada a sua importância crescente na criação
de um mundo melhor e mais limpo, onde os recursos não são de forma alguma
infindáveis); a entrega a uma causa (num mundo onde a ausência de objectivos
impera, esta acaba por ser um verdadeiro oásis); a confraternização (pois o
homem define-se pela sua capacidade dialogante indissociável à sua natureza); o
valor da partilha (na qual se partilha não só toda uma garrafa, mas também um
pedaço da sua vida). Assumo que este último seja talvez dos valores mais nobres
incutidos pela cerveja de litro, sobretudo num mundo dominado pelo
individualismo, pelo egoísmo, onde a mini ganha cada vez mais terreno…
Por todos estes motivos desafio a que todos comprem garrafas
de cerveja de litro, pensem num mundo melhor, pensem no próximo e partilhem…
Partilhem uma cerveja de litro e vão ver que se sentirão mais libertos (e
quanto mais beberem mais libertos se sentirão), mais abertos ao mundo, mais
felizes, mais alegres e com o sentido do dever cumprido.
P.S: Não se deixem cair em tentação com as minis, ignorem
aqueles argumentos diabólicos que a mini refresca mais rápido, pensem rápido e
não se esqueçam de colocar a cerveja de litro no congelador o mais
atempadamente possível e verão que ao mesmo tempo que refrescam a cerveja
refrescam também o cérebro, pois exercitam-no ao lembrarem-se de colocar
atempadamente a cerveja de litro no congelador…
Também sou pela garrafa de litro, sempre que recebo os meus familiares é com garrafas de litro que confraternizamos, o passar da garrafa é em um gesto mais social do que cada um ter a sua, gesto individualista. No dia a dia uso a garrafa de litro, bebendo metade ao almoço e a restante ao jantar, a minha esposa não bebe devido à medicação, mas tem sempre o cuidado de ter cerveja de litro fresca no frigorifico, uma santa a minha Prazeres.
ResponderEliminarSenhor Provedor Américo Baptista.
...eu é mais é vinho!!!
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