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Mensagens

A mostrar mensagens de outubro, 2010

Nota de edição: 0004

Olá caros seguidores da doutrina Campesiana... É com muito gosto que publico a quarta edição das doutrinas. Agradeço desde já a participação pertinente e exclarecedora por parte do camarada João Almeida relativamente ao comunicado:0001. Nesta edição optei por voltar a um formato convencional, tal como nas primeiras edições. Dedico ainda a estória "A viagem..." ao camarada NAP, cujo comentário de 28 de Junho, na estória "Agentes imobiliários" se referiu à "espécie curiosa que são os taxistas". Espero que esta edição seja do vosso agrado. Agradeço ainda que comentem, obrigado. Os meus cumprimentos, Campos.

“Dialogo???”

-“Um diálogo acontece entre dois seres!! Senão é um monólogo!!” -“Depende da tua sanidade…Por vezes até se vêem criaturas, mas geralmente só se ouvem…”

“Traz fotos…”

Sinto o cheiro a álcool, o seu intenso odor entra nas minhas reentrâncias nasais. Mesmo estando a dois bancos de distância. Os homens não param com as suas discussões, desde que entraram no autocarro. Mal se percebe o que eles dizem, o álcool fala por eles. Apenas entendi meia dúzia de palavras no meio de todo aquele escarcéu. Daquele alarido, vieram à conversa: armas, turras e fotos. Talvez a embriaguez tivesse trazido algumas reminiscências de uma temporada por África, lá para os tempos da guerra colonial. Findo a disputa, um deles, já levantado e aprontando-se para sair, virou-se para trás e disse melancolicamente “traz fotos…”. E deu assim por terminada a discussão, que por alguns instantes pareceu assumir contornos perigosos…

“Ao fim do dia…”

Os carros passam uns atrás dos outros… O dia já lá vai… Fecho os olhos e sinto o burburinho dos carros a passar, de quando a quando lá passa um autocarro interrompendo o burburinho e lançando em mim o caos. Falso alarme, não é o “meu” autocarro. Mantenho-me atento, vem atrasado novamente… Finalmente lá chega. Os seus bancos são de plástico, que desconforto! Mas, pelo menos não cheira mal… … Na paragem seguinte, uma jovem entra, senta-se e coloca de imediato os seus pés em cima do banco da frente. Limito-me apenas a fazer vista grossa… O civismo há muito que ficou, talvez por ter-mos tudo, ou talvez por nada ter-mos…”

“A viagem….”

Saí de casa, pouco passava das cinco e meia… Enquanto esperava pelo táxi contemplava as estrelas, entre arrepios gélidos. O céu hoje está limpo. - “Que frio, burrrr…”, digo a mim próprio, tremelicando. Desta vez, o taxista não contou nenhuma história, ficou-se apenas pelo tema clássico, “o tempo”. - “Está fresco hoje!”, disse ele. Os taxistas têm sempre inúmeras histórias a partilhar com quem queira, ou mesmo até, com quem não as queira ouvir. Muitas vezes não são histórias, são estórias que se vão desenrolando naquelas perigosas cabeças. Existem estudos que comprovam que o cérebro deles é diferente, será que esses académicos nunca andaram de táxi? É que se andassem teriam logo chegado a essa conclusão. Poupariam recursos e esforços e poder-se-iam concentrar mais noutros estudos, talvez até mesmo mais interessantes tais como: pessoas que tiram autênticos gorilas verdes, enquanto conduzem; ou porque será que os pensionistas são autênticos especialistas no que toca na matéria das obras p