Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2010

Nota de edição: 0002

 Olá caros seguidores da doutrina Campesiana... É com muito gosto que publico a segunda edição das doutrinas. Nesta edição optei por colocar uma pequena frase e duas pequenas estórias. Curiosamente, os temas encontram-se relacionados nestas últimas. Espero que sejam do vosso agrado. Agradeço ainda que comentem, quer tenham gostado ou não... Os meus cumprimentos, Campos. ( doutrinascampesianas@gmail.com )

“A floresta”

Cai a noite na grande cidade.. Avisto apenas prédios e mais prédios. É como se estivesse numa floresta e os prédios fossem as árvores. T3 vende-se, T2 aluga-se… Passa por mim uma criança de sorriso apagado, como que desprovida do seu espaço e de todos os seus brinquedos . Finalmente, o escuro invade as clareiras desta floresta. Um silêncio perturbador… De repente, uma sirene interrompe este silêncio. Fico assustado, e apercebo-me que este não é o meu mundo…

“Agentes imobiliários…”

. .. Sempre me intrigou o que eles conversavam, qual o seu assunto? O certo é que ambos tinham a mesma profissão, agentes imobiliários, assim se intitulavam. No fundo… Nada faziam, nada investiam, limitavam-se apenas a receber os potenciais clientes e a mostrar-lhes as casas. Quando o cliente comprava a casa eles recebiam uma generosa comissão. Passavam horas e horas em conversas, eu aqui de cima observava-os com alguma minúcia, como se de estrelas se tratassem... Embora, com muito desagrado nunca conseguisse descortinar o conteúdo de qualquer conversa. Bem… Não sei se poderíamos considerar uma conversa, pois no fundo talvez fosse mais um monólogo. O indivíduo, talvez vinte a trinta anos mais velho falava, falava, gesticulava; e ela limitava-se apenas a ouvir. Mas por mais estranho que pareça era sempre ela que o procurava. Ia em sua busca, procurava-o junto da sua barraquinha. Vinha sempre com uns saltos altos e calças excessivamente justas, que torneavam todo o seu esbelto corpo. Ju

Nota de edição: 0001

Olá caros seguidores da doutrina Campesiana...  É com muito gosto que a pedido de amigos, dou início a este Blog.  Para a primeira edição optei por colocar um pequeno diálogo e duas pequenas estórias. O material apresentado, remonta aos primórdios da minha escrita, foram inicialmente escritos no telemóvel na ida para o trabalho de autocarro. Espero que sejam do vosso agrado. Agradeço ainda que comentem, quer tenham gostado ou não...  Os meus cumprimentos,                                         Campos. ( doutrinascampesianas@gmail.com )

“O Gasolineiro…”

 Apresentava-se sempre de jardineiras azuis e um boné. Não fosse o boné fazer publicidade a uma estação televisiva, eu diria que se tratava de um gasolineiro.  Tinha o perfil idealizado por mim para um gasolineiro, a fisionomia e o estilo. Um gasolineiro da velha guarda, daqueles que só se vêm nos locais mais recônditos. Para compor mais a “personagem”, esta trazia sempre consigo uma mala preta de mão e uns óculos de massa bastante graduados. A sua idade já era avançada no tempo, uns sessenta e e…  Nunca percebi o que fazia. Apenas sei que entrava numa determinada paragem e saía duas à frente, isto, várias vezes ao dia.  Gasolineiro não seria decerto, embora no meu imaginário o fosse…”

“O soldado…"

 Todos os dias antes das nove da manha lá estava ele à porta do café, para não chamar tasca...  É um cliente fiel e pontual. Quanto ao facto ser bom ou mau pagador nada sei, limito-me apenas a passar de autocarro defronte do café.  Ele marcava presença sempre com um cigarro na boca e duas muletas. Era um dos despojos da guerra colonial. Um indivíduo marcado e esquecido. Por vezes aparecia com uma mini numa mão e uma muleta na outra. É uma figura degradante, um retrato de outros tempos. Mas quem sabe como seria se a sua vida tivesse tido um destino menos trágico. A tasca seria um café chique, o cigarro seria um charuto e a mini seria um copo de wisky com gelo?   Os vícios seriam os mesmos, mudaria apenas a forma…”