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.. Sempre me intrigou o que eles conversavam, qual o seu assunto?
O certo é que ambos tinham a mesma profissão, agentes imobiliários, assim se intitulavam.
No fundo… Nada faziam, nada investiam, limitavam-se apenas a receber os potenciais clientes e a mostrar-lhes as casas. Quando o cliente comprava a casa eles recebiam uma generosa comissão.
Passavam horas e horas em conversas, eu aqui de cima observava-os com alguma minúcia, como se de estrelas se tratassem... Embora, com muito desagrado nunca conseguisse descortinar o conteúdo de qualquer conversa. Bem… Não sei se poderíamos considerar uma conversa, pois no fundo talvez fosse mais um monólogo.
O indivíduo, talvez vinte a trinta anos mais velho falava, falava, gesticulava; e ela limitava-se apenas a ouvir. Mas por mais estranho que pareça era sempre ela que o procurava.
Ia em sua busca, procurava-o junto da sua barraquinha.
Vinha sempre com uns saltos altos e calças excessivamente justas, que torneavam todo o seu esbelto corpo. Justas, de tal forma, que caso cometesse a loucura de um almoço menos regrado e comesse mais seis ou sete bagos de arroz; as calças talvez “explodissem”. Só não ouvia daqui os seus sensuais passos, porque, além da distância, o chão era de terra e essa acabava por absorver todos os sons provocados pelo salto.
Eu cá de cima imaginava propostas indecentes. Não sei se estaria ou não certo. Nada conheço das personagens. Apenas sei onde elas trabalham e alguns dos seus hábitos. Mesmo até os mais recônditos… As horas a que cada um deles vai almoçar. Tomar o lanche. Chegar e ir embora. Até das horas das suas necessidades fisiológicas me cheguei a aperceber.
Certo dia, o homem, talvez mais apertado urinou contra a barraquinha. Mais tarde passei por lá e um odor fétido persistia, e pensei para mim, filho da p---, “comes” a gaja e ainda mijas aqui quase à porta da minha casa.
Quanto ao “comer” a gaja, penso que se tratava apenas na minha imaginação, mas o que é certo é que um dia vi uma senhora, mais ao menos da idade do senhor. Estava completamente transtornada, ou por luto de alguém próximo, ou talvez por alguma provável escapadela do homem. Mas isso, penso que nunca o saberei. Apenas o sei na minha imaginação, mas essa poderá não ser a realidade…
.. Sempre me intrigou o que eles conversavam, qual o seu assunto?
O certo é que ambos tinham a mesma profissão, agentes imobiliários, assim se intitulavam.
No fundo… Nada faziam, nada investiam, limitavam-se apenas a receber os potenciais clientes e a mostrar-lhes as casas. Quando o cliente comprava a casa eles recebiam uma generosa comissão.
Passavam horas e horas em conversas, eu aqui de cima observava-os com alguma minúcia, como se de estrelas se tratassem... Embora, com muito desagrado nunca conseguisse descortinar o conteúdo de qualquer conversa. Bem… Não sei se poderíamos considerar uma conversa, pois no fundo talvez fosse mais um monólogo.
O indivíduo, talvez vinte a trinta anos mais velho falava, falava, gesticulava; e ela limitava-se apenas a ouvir. Mas por mais estranho que pareça era sempre ela que o procurava.
Ia em sua busca, procurava-o junto da sua barraquinha.
Vinha sempre com uns saltos altos e calças excessivamente justas, que torneavam todo o seu esbelto corpo. Justas, de tal forma, que caso cometesse a loucura de um almoço menos regrado e comesse mais seis ou sete bagos de arroz; as calças talvez “explodissem”. Só não ouvia daqui os seus sensuais passos, porque, além da distância, o chão era de terra e essa acabava por absorver todos os sons provocados pelo salto.
Eu cá de cima imaginava propostas indecentes. Não sei se estaria ou não certo. Nada conheço das personagens. Apenas sei onde elas trabalham e alguns dos seus hábitos. Mesmo até os mais recônditos… As horas a que cada um deles vai almoçar. Tomar o lanche. Chegar e ir embora. Até das horas das suas necessidades fisiológicas me cheguei a aperceber.
Certo dia, o homem, talvez mais apertado urinou contra a barraquinha. Mais tarde passei por lá e um odor fétido persistia, e pensei para mim, filho da p---, “comes” a gaja e ainda mijas aqui quase à porta da minha casa.
Quanto ao “comer” a gaja, penso que se tratava apenas na minha imaginação, mas o que é certo é que um dia vi uma senhora, mais ao menos da idade do senhor. Estava completamente transtornada, ou por luto de alguém próximo, ou talvez por alguma provável escapadela do homem. Mas isso, penso que nunca o saberei. Apenas o sei na minha imaginação, mas essa poderá não ser a realidade…
Mário, depois dos agentes imobiliários, tens de pensar seriamente em escrever um texto sobre essa espécie curiosa que são os taxistas.
ResponderEliminarGostava de conhecer a perspectiva campesiana do taxista.
abraço
NAP
Mario,
ResponderEliminarObrigado pela parte que me toca!!!!! Gostei da estória!!!! Um dia puderemos trocar umas ideias acerca dos temas das conversas dos Agentes Imobiliários!!!!!! Muito bom texto!!!!!
Grd Abraço,
BR
Gostei da parte do "filho da p---, “comes” a gaja e ainda mijas aqui quase à porta da minha casa."
ResponderEliminar:)
A parte disso muito boa descrição digno da narrativa campesiana.
Abraço
Phl
...era um cota com pinta ou, como dizem os Brasileiros, com pinto! De certeza, para ela o procurar... Certo dia ela abordou-o e ele dizze-lhe: já tenho mulher! - ao que ela retorquiu: e amante, tem?
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