Saí de casa, pouco passava das cinco e meia…
Enquanto esperava pelo táxi contemplava as estrelas, entre arrepios gélidos. O céu hoje está limpo.
- “Que frio, burrrr…”, digo a mim próprio, tremelicando.
Desta vez, o taxista não contou nenhuma história, ficou-se apenas pelo tema clássico, “o tempo”.
- “Está fresco hoje!”, disse ele.
Os taxistas têm sempre inúmeras histórias a partilhar com quem queira, ou mesmo até, com quem não as queira ouvir. Muitas vezes não são histórias, são estórias que se vão desenrolando naquelas perigosas cabeças. Existem estudos que comprovam que o cérebro deles é diferente, será que esses académicos nunca andaram de táxi? É que se andassem teriam logo chegado a essa conclusão. Poupariam recursos e esforços e poder-se-iam concentrar mais noutros estudos, talvez até mesmo mais interessantes tais como: pessoas que tiram autênticos gorilas verdes, enquanto conduzem; ou porque será que os pensionistas são autênticos especialistas no que toca na matéria das obras públicas.
Prostitutas, bêbados, mas sobretudo prostitutas são as estórias mais correntes, contadas pelos taxistas. Na matéria da actualidade, preferem degustar a política sempre com um trago forte de descontentamento e uma contestação, sempre efusiva, a que toda a classe se pauta. Felizmente não há taxistas do bloco…
Bom, deixemo-nos de políticas… Paguei o táxi e fui comprar o bilhete de autocarro e, agora estou a caminho. São seis e trinta e sete, e já me sinto cansado, acho que vou repousar, a viagem será longa…
Comentários
Enviar um comentário