Sinto o cheiro a álcool, o seu intenso odor entra nas minhas reentrâncias nasais. Mesmo estando a dois bancos de distância. Os homens não param com as suas discussões, desde que entraram no autocarro. Mal se percebe o que eles dizem, o álcool fala por eles. Apenas entendi meia dúzia de palavras no meio de todo aquele escarcéu. Daquele alarido, vieram à conversa: armas, turras e fotos. Talvez a embriaguez tivesse trazido algumas reminiscências de uma temporada por África, lá para os tempos da guerra colonial. Findo a disputa, um deles, já levantado e aprontando-se para sair, virou-se para trás e disse melancolicamente “traz fotos…”. E deu assim por terminada a discussão, que por alguns instantes pareceu assumir contornos perigosos…
Situado no centro histórico da cidade Berço, num antigo palacete do século XVII, o restaurante Covil do Eletrão apresenta uma ampla sala que se traduz num espaço elegante e de requinte. Paredes avermelhadas, teto bordejado por efeitos e pinturas à época pontuadas por candelabros de cristal e móveis de época contrastam numa perfeita simbiose que se funde com o rude e austero do eletrão transportando o freguês para um conceito arrojado e inovador de oportunidade única. Reza a história de que neste espaço passaram 30 eletrões dos quais um teve o papel fundamental na redefinição deste espaço tal como hoje conhecemos. Resultado de um ato disruptivo e de uma euforia característica de si mesmo, este Messias surripiou uma taça grande de metal à qual introduziu vinho para grande gáudio dos demais, partilhando assim o precioso néctar entre os eletrões e transformando num ritual que dura até aos dias de hoje. Apesar de todo o festim nem tudo corria de feição pois no seio dos eletrões havia u
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