Neve… Neve…
Não depreendo tal espírito de embriaguez perante a sua singela queda. Pode ser que seja um insensível, um misantropo… Em verdade até admito que seja bonito, e é bonito sem dúvida e sem qualquer receio. Mas daí a fazer todo um alarido, a explodir efusivamente em alegria e em fazer um enorme escarcéu (que caracteriza marcadamente o espírito do português típico, perante tal acontecimento). Isso é que não! Nem pensar! Talvez a minha reacção se encontre à temperatura da neve, mas caramba! É neve… Tem os seus inconvenientes, é perigosa, reduz a mobilidade e ainda potencia a acidentes. Serão os mirones da neve, os mesmos mirones dos acidentes de viação?
- “ Eh pá um acidente, ena o carro ficou todo desfeito!”
- “ Vamos parar …”
Sofrerá o mirone da mesma patologia, nos dois casos?
No caso da neve, o mirone esfrega as mãos de contente perante tal cenário idílico de extrema beleza e raridade, e inconscientemente pensa no gozo e na satisfação que poderá obter com o potencial caos passível de ser gerado por tal situação. Tal como um agricultor que observa auspiciosamente as flores nas árvores do seu pomar, o mirone da neve observa a neve, na esperança e claro está, de vir a colher os seus frutos…
A única diferença que denoto nos dois mirones é apenas a origem da ocasião. Um tem a sorte de se encontrar numa região onde a queda de neve vai contra as estatísticas meteorológicas (sim porque as zonas onde é habitual ocorrer a queda de neve, não contam, quer pelo facto de não se tratar de uma raridade, quer pelo facto dos nativos já se encontram precavidos de forma a evitar os acidentes) e é bafejado com a sorte de ver pedaços de água num estado sólido ou semi-sólido. No caso do mirone dos acidentes de viação, a ocasião faz o mirone, isto é, o mirone vai na estrada e tem a grande sorte de ser presenteado com um, dois ou até mesmo três carros acidentados. Claro que perante tal aparato (acepipe ou iguaria para alguns) param logo três ou quatro carros atrás (e mal estacionados como manda a norma). Sortudos (ainda mais) os seus ocupantes, pois foram os primeiros a chegar…
Os mirones da neve, ou maluquinhos da neve, padecem de um grande inconveniente pois de um modo geral vêm-se obrigados a deslocar-se por vezes grandes distâncias, afim de atingir os seus propósitos, arriscando-se mesmo a ficarem presos a meio de atingir o seu objectivo. Acredito que o culminar de tal objectivo seja ficarem presos numa montanha coberta de neve. Isso sim, seria para eles um verdadeiro orgasmo …
Um facto curioso ainda, é que os maluquinhos da neve chegam até a comparar a quantidade de neve expelida pelos céus em anos anteriores de grande monta. Eles sabem… Eles conhecem as datas e parecem um verdadeiro “borda d’água”. Gostos…
O amigo não distingue a neve verdadeira da neve artificial criada por canhões de neve (fica o reparo).
ResponderEliminarEu dentro da temática da Neve defendo que todas as freguesias devem possuir um equipamento aspersor de neve, vulgo canhão de neve, as piscinas não são mais importantes.
Podemos também instalar esses aspersores no Algarve durante o inverno, dessa forma podemos atrair uma grande massa de turistas, transformando a época baixa em época alta, graças manto branco.
Eu por acaso também sou a favor da neve, porque olho à nossa volta e reparo que os países que têm neve são muito mais ricos que os que têm sol. Reparem Canadá, Finlândia, Noruega VS Portugal, Grécia
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