Olá meus caros… Como é que passaram essas últimas 8760 horas
que correram desde a última passagem de ano? Bem melhor não é! Tudo graças aqueles
fantásticos rituais a que uma entrada minimamente digna no ano tem direito…
Pois é, depois de dois natais seguidos com a temática natalícia,
O Campos decidiu desta vez cometer uma pequena loucura e dedicar a crónica a
uma temática nunca antes abordada aqui nas doutrinas – a passagem de ano. Mas aviso
já: não se habituem muito… E agora que já está anunciada a temática, aproveito
para lançar um repto para um brinde, mas só, se por acaso ainda sobrou algum champagne da passagem (facto bastante
improvável), neste caso façam o favor de o colocar num copo. E digo copo,
porque estamos em presença de matéria bastante melindrosa. Não devido à matéria
em que é constituído o copo (obviamente que estou a contar que seja de vidro,
caso contrário outras guerras de calibre superior se levantariam), mas sim à
sua forma. Mas não vamos para aqui entrar em pormenores se é taça, se é flute, ou se é o raio (andam sempre a
mudar isso e até já disse: “só compro o raio dos copos quando sair a versão nevarieteur da norma”)!
Voltando então à temática central desta crónica. Ah e tal, O
Campos não foi a tempo de uma crónica sobre o natal e toca a despejar qualquer
coisa sobre o ano novo que ainda vai a tempo…
Bom, meus caros, não é bem assim! O Campos atrasou-se um
pouco, mas bolas! Duas edições sobre o natal já chegam bem! E assim é da
maneira de que não vou voltar a falar novamente da Popota…
O que é então isto do ano novo e da passagem? De uma forma sintética
e pragmática, sintética é nada mais que a mudança do dia 31 de Dezembro de um
ano para o dia 1 de Janeiro do ano seguinte. Mas vou explicar melhor ainda:
Supondo que estamos no dia 31 de Dezembro e que são 23:59:59
1)
Versão relógio digital
·
O relógio exibe os dígitos - 23:59:59 - e de
seguida passa para 00:00:00
2)
Versão relógio analógico
·
O ponteiro das horas apresenta um ângulo de
359,99º com a hora 0 (referência) e desloca-se aproximadamente 0,01º no sentido
horário, ficando sobre a referência.
·
O ponteiro dos minutos apresenta um ângulo de
359,90º com o minuto 0 (referência) e desloca-se 0,1º no sentido horário,
ficando sobre a referência.
·
O ponteiro dos segundos apresenta um ângulo de
359,90º com o segundo 0 (referência) e desloca-se 0,1º no sentido horário,
ficando sobre a referência.
Creio que sejam estas as contas, no entanto caso detetem
aqui alguma incorreção, agradeço que enviem uma mensagem por correio eletrónico
para o suporte técnico, porque estes dias não é altura para fazer contas deste
calibre…
E agora que estamos mais esclarecidos e consciencializados
para o verdadeiro conceito de passagem de ano, estamos agora em verdadeiras
condições para uma melhor apreciação da versão supersticiosa que de um modo geral
gravita numa verdadeira passagem de ano.
São várias as superstições, e das mais diferentes naturezas,
desde da área alimentar, passando pelo vestuário, até à própria postura a ter
aquando as doze badaladas. São alguns exemplos:
a)
Doze passas
- O verdadeiro discípulo da passagem de ano, deverá ingerir passa a passa e
pedindo um desejo por cada passa, ao número de passas encontra-se associado o
número de meses do ano.
b)
Brindar com champagne ou espumante – Há quem
considere brindar com água um mau augúrio.
c)
Roupa interior
azul - O verdadeiro discípulo da passagem de ano deverá usar uma peça de
roupa interior de cor azul afim de obter sorte para o novo ano que se inicia.
d)
Subir para uma
cadeira e erguer o pé esquerdo - O verdadeiro discípulo da passagem de ano
deverá encontrar-se em cima de uma cadeira e garantir que entrará no ano novo
com o pé direito.
e)
Fazer barulho
- O verdadeiro discípulo da passagem de ano deverá arranjar os métodos mais
adequados para fazer o mais possível de barulho, a utilização de tachos e
panelas é bastante adequado ao cumprimento do requisito em causa, no entanto
não se cinge apenas a tais utensílios domésticos, a possibilidade de utilização
de uma sirene é sempre um excelente fator a ter em conta.
f) Ter dinheiro na mão - O verdadeiro discípulo
da passagem de ano deverá ter na mão dinheiro, desta forma conseguirá garantir
dinheiro para o resto do ano.
g)
Mergulhar no mar
- O verdadeiro e este é mesmo o verdadeiro discípulo da passagem de ano, deverá
dar um mergulho no mar. A água gelada purificar-lhe-á a mente, mais não sejam
os benurons ou brufens
que venham a seguir…
Dada a extensão de tal cardápio de rituais, não será difícil
que algum fique para trás…
Talvez até seja mesmo esse o motivo para que as coisas
durante o ano por vezes não corram de melhor feição. “Ah merda, na passagem de
ano esqueci-me de subir para a cadeira!”, “Bolas! Vou ter um resto de ano
infernal…”. E o pior é que aldrabar o relógio para fazer a passagem de ano em
Fevereiro, não deverá resultar…
O que no meio de todo este circo, de superstições, crendices
e afins, é que enquanto o discípulo de passagem de ano anda preocupado,
atarefado e até alienado com a chegada do novo ano e o seu melhor acolhimento,
não se apercebe de que os preços de tudo ou praticamente de tudo vai sofrer um
aumento e que ele irá continuar muito provavelmente a ganhar o mesmo…
Não estará a passagem de ano sobrevalorizada, sobretudo
tendo em conta a série de inconvenientes que iremos encontrar no novo ano?
Seremos afinal parvos (para tanta parvoíce), ou seremos apenas uma cambada de
lorpas (e que festejam a desgraça com champagne)?
O Campos.
A análise do senhor Provedor Américo Baptista:
Tomo a liberdade de fazer uma adenda a alínea e) fazer barulho dando tiros, pistola caçadeira ou ate metralhadora ou ainda rebentamento de velas de dinamite, tudo serve para entrar bem no novo ano. De notar também, que é no novo ano que as cadeias de hipermercados refazem contratos com os fornecedores de produtos das marcas próprias, por isso não estranhem a ausência temporária desses produtos ou mudanças no seu sabor e textura.
O Campos.
A análise do senhor Provedor Américo Baptista:
Tomo a liberdade de fazer uma adenda a alínea e) fazer barulho dando tiros, pistola caçadeira ou ate metralhadora ou ainda rebentamento de velas de dinamite, tudo serve para entrar bem no novo ano. De notar também, que é no novo ano que as cadeias de hipermercados refazem contratos com os fornecedores de produtos das marcas próprias, por isso não estranhem a ausência temporária desses produtos ou mudanças no seu sabor e textura.
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