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Universitárias...


Será que frequentei a universidade na altura errada? Talvez… Os tempos mudaram, certo é, e até mesmo em poucos anos... Mas tanto assim?
Estava eu tranquilo no ginásio da universidade a cumprir escrupulosamente o meu plano, alagando-me completamente em suor numa passadeira, quando surgem duas jovens universitárias que abancaram nas duas passadeiras ao lado. As jovens tinham ar de marotas e pareciam ter mais ar de praticantes doutros desportos, que de desportos convencionais a praticar num ginásio, tal como correr na passadeira. Eram ainda novatas, embora quem apenas as ouvisse em nada ficasse com tal ideia, pois a julgar pelas suas conversas de inocentes nada tinham, eram «sabidolas» e quem sabe bem rodadas. Confesso que a conversa delas em nada me interessava e nada me dizia respeito, mas elas eram tão ruidosas, falavam tão alto, que lá acabei por ser forçado a entrar na devassa das suas vidas privadas. As tipas vinham para o ginásio não só para manter a forma, como para expor as suas vidas supostamente privadas, a vida sentimental e afim eram ail completamente expostas. O seu à-vontade era inacreditavelmente tanta, quer de uma, quer de outra, que nem sei se notaram pela minha modesta presença. E de nada me adiantou fazer cara de mau, para que a inquietude findasse.
- “ Esta noite sonhei com o Carlos!”, disse uma delas.
- “ Vais sair logo?”
-“ Hoje não me convém sair. Não tenho dinheiro. É assim, posso sempre tirar 5€ da minha reserva. Mas já não é a mesma coisa…”
“ Acho que o dia correria muito mal se não tivesse alguém para dormir!”
“Pois, é melhor que arranjes onde dormir, porque amanhã tenho gente em casa e preciso de espaço.”
Posto este diálogo, passo paulatinamente a toalha pela testa num movimento oscilante, tentando talvez procurar algum bom senso no meio disto tudo. Reflito, passo em revista os meus tempos de universitário e não me discorre nada do género. Não vislumbro nenhum episódio semelhante, nem comigo, nem com nenhum dos meus colegas.
Medito já a caminho de casa: “ Cum caraças, que vida triste foi a minha. Será que os tempos mudaram mesmo??? Ou quiçá, estive sempre nos sítios errados!!!

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